sábado, 9 de fevereiro de 2008

Paulo Mendes da Rocha e o "fazer" da arquitetura

Hoje está fazendo uns bons 22 meses que ele ganhou o Premio Pritzker, o Nobel da Arquitetura, o segundo brasileiro a ganhar. Antes veio o Niemeyer. O resultado oficial da premiação foi divulgado no dia 09 de abril de 2006 em Chicago.

Dentre as declarações de PMR estão as de que "não faz muito sentido para mim defender o caráter nacional; o colonialismo produziu horrores porque não soube ler a experiência dos nativos". Além disso diz que a Arquitetura deve ser uma disciplina especulativa e não se render ao mercado, diz que Brasília é africana e afirma que não há uma arquitetura brasileira.

Reproduzo um trecho de uma bela entrevista disponível na íntegra em http://www.arcoweb.com.br/entrevista/entrevista38.asp

Olhar 43 de PMR para foto de livro da Cosac&Naify

Fale sobre sua forma de projetar, em parceria com outros escritórios.

Paulo Mendes da Rocha - O trabalho de arquitetura tem de ser feito com participação efetiva de companheiros; não pode ser solitário. Há uma permanente interlocução, mesmo quando não está explícita. Nosso modo de trabalhar não é inédito, e, no nosso caso, ele é conseqüência da nossa vivência na escola, o fato de termos convivido na FAU-USP.


E certamente muitos deles foram seus alunos...

Todos foram meus alunos, mas não é isso. É mais uma questão de clima. Tenho a impressão de que nenhum deles aprendeu nada comigo. Somos um grupo de arquitetos. O resultado do nosso trabalho é uma questão que não se pode prever muito, é uma espécie de desencadeamento de uma situação. Considero nossa forma de trabalho um privilégio. E ideal.


Por que ideal?

É que, na verdade, ela resulta de uma escolha de nós todos, não sou eu que escolho. Iniciamos um trabalho que, desencadeado, é impossível fazer de outro modo.


Como aconteceu essa aproximação?

O que nos aproximou foi o trabalho.
O grupo é unido por amizade, parceria, e, mais do isso, por solidariedade no trabalho. E, claro, nós enfrentamos o trabalho com certa dificuldade.
A prática do trabalho, a prática pública, o trato com construtoras, empresas, a demanda de trabalho, e mais, tentando sempre preservar a integridade do projeto, enfrentando a vertigem do mercado e coisas do tipo. E, inclusive, tentando preservar a independência e a liberdade do discurso da arquitetura como uma forma de conhecimento.
O grupo todo se ampara muito bem nessa expectativa, mantendo certa independência no trabalho em relação à expectativa preexistente das demandas. Em certo sentido, procuramos replicar a vertigem do mercado.


PS: Quem dera que cheguemos aos 77 anos deste jeito...

Continua em http://www.arcoweb.com.br/entrevista/entrevista38.asp

Um comentário:

JaCk disse...

greetings from italy :D