sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Feliz 2009!

"Minhas asas estão prontas para o vôo,
Se pudesse, eu retrocederia
Pois eu seria menos feliz
Se permanecesse imerso no tempo vivo."
(Gerhard Scholem, Saudação do anjo.)


Há um Quadro de Klee que se chama Angelus Novus. Representa um anjo que parece afastar-se de algo que ele encara fixamente. Seus olhos estão escancarados, sua boca dilatada, suas asas abertas. O anjo da história deve ter este aspecto. Seu rosto está dirigido para o passado. Onde nós vemos uma cadeia de acontecimentos, ele vê uma catástrofe única, que acumula incansavelmente ruína sobre ruína e as dispersa a nossos pés. Ele gostaria de deter-se para acordar os mortos e juntar os fragmentos. Mas uma tempestade sopra do paraíso e prende-se em suas asas com tanta força que ele não pode mais fechá-las. esta tempestade o impele irresistivelmente para o futuro, ao qual ele vira as costas, enquanto o amontoado de ruínas cresce até o céu. Esta tempestade é o que chamamos progresso.

Walter Benjamin, Obras Escolhidas, Ed. Brasiliense, 1° edição. Sobre o Conceito da História.

Sete e meia da manhã, de volta à querida Porto Alegre, Júpiter Maçã na vitrola ,vislumbrando lampejos de futuro. Feliz 2009! Tucuticotucupá-ha-ha!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O nome da foto é...


"Será que a bolha de Dubai está a ponto de estourar?"
ou Os Efeitos da Tal Crise na Louca Aventura das Arábias [titulo alternativo do ArqBlorum].

foto de Mark Horn no site da ArchRecord.

Uma nota de rodapé

"(...) A impressão que me fica é que o mix de reflexôes que o arquiteto de esquerda se debate, envolvendo estética, tecnologia, luta de classes voluntária e involuntária, finança, corrupção, política, demagogia, especulação imobiliária, planejamento, cegueira, enganação grossa, utopia, etc., tem uma relevância notável e que, a despeito da grossura escancarada, ou por causa dela, ele é como que o modelo para um debate estético realmente vivo. A diversidade, o peso e a incongruência atroz dos fatores que o debate dos arquitetos ambiciona harmonizar, naturalmente sem conseguir, são algo único. É o campo talvez em que a discussão estética de nosso tempo encontra, ou poderia encontrar, a sua expressão mais densa e propícia.(...)"

SCHWARZ, Roberto no posfácio de ARANTES, Pedro Fiori. Arquitetura Nova: Sérgio Ferro, Flávio Império e Rodrigo Lefèvre, de Artigas aos mutirões. São Paulo: Editora 34, 2002.